galera se liga no meu tumblr FUCK ME HARD ZEUS apenas imagens do deus dos deuses mandando ver nas quebrada nao marginais



PLAY ME OFF, ANDREW KEEN

Na época em que ganhava um salário mínimo para passar quatro horas por dia no saudoso número 25 da rua Bambina, em Botafogo, grande parte do meu trabalho consistia em tecer comentários sucintos e sharp tongued sobre livros que, pelo mais variados motivos, poderiam ou não ser publicados pela, então presitigiosa, editora Nova Fronteira.

Em fevereiro de 2007 caiu em minhas mãos uma proofreading, ainda não publicada nos Estados Unidos, de um tal Andrew Keen, chamada "The cult of the amateur".


Por questões ideológicas, gonguei o livro, como se vê no comentário abaixo:
As discussões quanto aos rumos da tecnologia e da formação humana do ponto de vista cultural não são temas, digamos, eminentemente novos. The Cult... versa justamente sobre os danos que uma sociedade panotípica pode causar na construção de uma cultura comum baseada na fraude, egoísmo, e mau-gosto, a partir da confiança depositada em enciclopédias virtuais como a Wikipedia, exposição do "eu" em sites como o Youtube e MySpace, e o hábito disseminado do ctrlc+ctrlv em trabalhos escolares. O autor alerta principalmente para a presença de propagandas não regulamentadas, disfarçadas de obras feitas por pessoas não-jurídicas, em sites de relacionamentos, música, etc, para a presença disfarçada de pedófilos nesses mesmos sites, para a superexposição infantil à pornografia, e, principalmente, para os danos que a tal superexposição de pessoas físicas na internet pode gerar em suas contas bancárias.

Ao meu ver, o autor é um representante da esquerda americana, tal qual Michael Moore, que aparentemente reivindica por mudanças substanciais "em tudo isso que está aí" mas acaba caindo num discurso moralizante, patriótico e auto-protetor. Por vezes o autor soa como Adorno, mas logo mais parece um peregrino correndo atrás dos índios para defender seu american way of life. Uma leitura descompromissada faria qualquer um aplaudir suas idéias de pé, e até convidá-lo a ocupar um lugar de honra no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, mas, como estudo em uma faculdade de comunicação, e já encarei mais apocalípticos e integrados do que o Umberto Eco seria capaz de enumerar, considero The Cult... simplesmente pouco original, perdido em rala substância teórica e, o mais grave, incoerente, já que o autor num primeiro instante classifica a internet como fator máximo para a destruição de uma "cultura" mais elevada (que ele não diz qual é) rumo a uma massificação imbecil, ao mesmo tempo em que defende os interesses de copyright de mega empresas como a Disney e as virtudes didáticas de Law & Order.

Como solução à barbárie por ele enumerada nas 167 págs do livro, o autor sugrere maior responsabilidade por parte dos usuários da internet, políticas mais severas de copyright, quebra de sigilo em alguns sites, etc. Enfim, uma resposta óbvia, dada sua opinião, para as questões apresentadas, e ao mesmo tempo simplista, já que o autor não explica "como" se fazer tais coisas sem o prejuízo das liberdades individuais, que ele tanto defende no correr do livro.

Para leitores fiéis de Veja, entusiastas da CBN news, e pessoas que ainda compram cds a preços extorsivos na Modern Sound.
GUESS WHAT? O livro foi publicado esse ano, no Brasil, por outra editora, e é um dos best sellers da casa. Com direito a resenha elogiosa na revista Veja e tudo.


O lado bom é que eu me tornei designer editorial a tempo desse meu EPIC FAIL como parecerista não comprometer minha carreira. O ruim é que o livro foi publicado justamente pela Jorge Zahar, editora onde o Bruno trabalha como produtor gráfico, e que acabou de contratar minha chefe da época em que estagiava na Nova Fronteira.

Tenho consciência, porém, de que fiz o possível para que uma grande casa editorial fosse convencida, há dois anos atrás, do quão ideologicamente equivocado é o livro do senhor Keen, e não o publicasse. Como disse o amigo Adriano Belisário, agora, ao reler minha crítica tão efusiva:
engraçado rever a discussão. ouvi falar do livro depois também e realmente parece um lixo. parabéns por ter feito a sua parte por um mundo melhor, amanda :)
Bem que eu tentei, Adriano. Bem que eu tentei.

por Amanda Meirinho, em 22.9.09 | 0 comentário(s)




PERDEU PREIBOI


Ilustração vetorial para a capa de um pout-pourri de ensaios sobre as relações de trabalho e a educação básica.

ou A mão invisível do capitalismo. **RISOS**

por Amanda Meirinho, em 17.9.09 | 0 comentário(s)




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"Nem por todo chá na China" é uma corruptela da expressão "nem por todo o chá da China", que quer dizer "nem que a vaca tussa", "nem daqui a mil anos", ou, enfim, "nunca". O título é uma tradução livre de um trecho de All my Little Words, The Magnetic Fields: Not for all the tea in China/Not if I could sing like a bird /Not for all North Carolina/ Not for all my little words.

Header: Leda e o Cisne, Giampietrino, 1495–1549.

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