galera se liga no meu tumblr FUCK ME HARD ZEUS apenas imagens do deus dos deuses mandando ver nas quebrada nao marginais



LOVE IS NOT POP, EL PERRO DEL MAR, 2009

Sarah Assbring soa melhor a cada álbum lançado. Desde que o single Party apareceu lá em casa nos idos de 2007, minha fascinação pela senhorinha El Perro del Mar só fez aumentar. E com razão: Love is not Pop entra no meu Top 10 desse ano, com folga.

A princípio, eu ouvia a moça na crença de que boa música, é música pra ficar triste, mais ou menos como naquela época em que comprei o Sea Change, do Beck, e chorei as mágoas do primeiro amor em um hi-fi de 1991. Depois, foi a vez de me esgoelar com Massive Attack, Ida, e, por fim, afetando uma solidão da qual não padeço, El Perro de Mar. Só que a sueca, por enquanto, ainda não me decepcionou.


El Perro del Mar é um projeto pessoal de Sarah, que nem banda oficial tem para evitar o desvirtuamento de sua música. Mas não dá para chamar a moça de egoísta, nem ingênua; Sarah mantém ares bastante idiossincráticos, e desde 2003 não parece estar muito interessada em vender sua música como qualquer outra coisa que não sua "arte". É um posicionamento questionável, sim, pois qualifica o pop sempre comercial como manifestação artística válida, mas que tem rendido certo status ao trabalho da moça, haja visto as resenhas positivas em Pitchforks e afins.

A música de Sarah me dá prazer pois não tem excessos. É bonita e emociona, sem a grandiosidade de um Arcade Fire de 2005 ou a pose vazia de uma Lykke Li de 2008. Guardadas as proporções, seu pop sueco com jeitinho de Astrud Gilberto está para a produção fonográfica contemporânea assim como as melodias facilmente assobiáveis de Mendelssohnn estão para a música erudita. A diferença está na energia que Sarah deixa transparecer em melodias discretas, por vezes tristes, falsamente ingênuas, mas sempre agradáveis.

Em Love is not Pop, terceiro álbum da one-girl-band, Sarah exibe um pop sofisticado, mantendo os anos 1960 como referência, sim, mas sem exageros. De uma beleza acanhada, como uma menininha tímida cantando em um baile de formatura, o trabalho de Sarah parece vir, de fato, do coração. Admirável, encantador, hipnótico, e, o mais impressionante, sincero, em sua reprodutibilidade técnica.

Clique aqui para ouvir o (excelente) novo single da moça, Change of Heart, no youtube, e aqui para checar o website oficial dela. Música pop, sim, mas boa música. Adorável.

photo by http://www.flickr.com/photos/kirstiecat/

por Amanda Meirinho, em 8.6.09 |




1 comentário(s)
Blogger Amanda Meirinho disse…

Alguém classificou o "Love is not Pop" como "uma evolução natural" do trabalho de Sarah. Devia ter posto isso no post, mas acho que é uma observação pertinente apenas como comentário: assino embaixo.

9 de junho de 2009 às 08:33  


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"Nem por todo chá na China" é uma corruptela da expressão "nem por todo o chá da China", que quer dizer "nem que a vaca tussa", "nem daqui a mil anos", ou, enfim, "nunca". O título é uma tradução livre de um trecho de All my Little Words, The Magnetic Fields: Not for all the tea in China/Not if I could sing like a bird /Not for all North Carolina/ Not for all my little words.

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