galera se liga no meu tumblr FUCK ME HARD ZEUS apenas imagens do deus dos deuses mandando ver nas quebrada nao marginais



ANTHEMS FOR A SEVENTEEN-YEAR OLD GIRL

Estava tentando escrever esse texto há mais ou menos duas semanas, mas parece impossível fazer a associação bollywood/sexo/Asha Boshle sem ficar parecendo a Enid do Ghostworld. Enfim, a gente faz o que pode, e, no meu caso, acho que estou mais inclinada a falar de Ghostworld do que do tema de Caravaan. Afinal, Leonardo, com quem não falava há uns três anos, recentemente me disse que, dada nossa convivência no ensino médio, eu seria a Thora Birch com menos peito, e ele, a Scarlett Johanson, só que nesse caso ele passaria a maior parte do tempo se masturbando em frente ao espelho.

Masturbação à parte, não posso admitir que eu, lactando, possa ter menos peito que a Thora Birch, mas, ainda segundo Leonardo, a menina é um palito com peitos. Me lembro bem do par de melões que ela exibiu para o vizinho em American Beauty. Que inveja. Minha mãe, que nunca teve sentimentos saudáveis a respeito do corpo de ninguém, ficou comentando com meu pai que o peito da menina era caído, mas eu nem liguei. Eu tinha onze, doze anos, e às vezes colocava uma fralda por dentro do meu sutiã 34 para parecer peitudinha. Por sorte meu bom senso nunca me deixou ir para a escola assim, mas é engraçado ver que a menina que fazia isso há dez anos esteja agora tendo problemas para entrar num sutiã 46. É a vida.

Se bem que minha maior surpresa a respeito de Ghostworld não foram os peitos da Thora Birch, muito menos seu esforço em parecer míope com aqueles óculos de armação grossa. Esquece o papo do palito. Que pernas! Que bunda! Que mulher! Se ela estivesse fazendo uma personagem menos nojentinha eu seria até capaz de ter tido delírios eróticos com ela. Disse isso para o Bruno há algumas semanas, quando revi Ghostworld em casa. Assim que o dvd acabou, Bruno me disse que teria me enchido de porrada se eu tivesse feito com ele o que a Enid fez com o Seymour. Esse é meu homem!

Ghostworld foi um filme que vi pelo final, na Cavídeo. Estava com o Laurent, naquela época complicada da minha vida em que o François se separou de mim e eu fiquei momentaneamente sem pouso fixo, escolhendo alguns vídeos que, com o meu dinheiro, é claro, iríamos alugar para aquele fim de semana. Eu gostei tanto da cena final de Ghostworld, e, sem dúvida, impactada pela tagline do filme, "aprendendo a viver", que coloquei ele na cestinha com os outros dvds. Mas Laurent foi contra. Acho que ele tem medo desse tipo de tagline. Enfim, colocamos Akira na cesta e fomos embora. Até hoje me ressinto do Laurent por causa disso.

Ghostworld ficou na minha cabeça durante muito tempo, até porque era inspirado na obra homônima do Daniel Clowes, cujos trabalhos fico procurando que nem uma louca depois de ler a historinha assinada por ele na coletânea Comic Book (Conrad, 1999), que li justamente na época em que usava o sutiã 34 com enchimento para parecer peituda. Aliás, me lembro bem do dia em que li esse livro pela primeira vez. Foi numa livraria no Norte Shopping. Eu fiquei semanas tendo sonhos estranhos com a história assinada pelos Hernandez, da qual não entendi picas, pois só fui ter contato com Love and Rockets ano passado. Até hoje eu não sei o que meus pais foram fazer no Norte Shopping que abandonaram a filha de onze anos em uma livraria, mas, vai entender.

Fato é que só pude assistir Ghostworld no começo desse ano, durante o resguardo, meses depois do Magela nos ter dado do dvd de presente. Fiquei conversando depois com o Bruno, para saber se Magela teria notado algum paralelo entre a história de Enid e Seymour e a nossa história, mas parece que Magela dificilmente seria sutil a esse ponto. Ele é do tipo que aponta para a própria cara e diz "a subjetividade está aqui'.

A história de Enid e Seymour impressiona por estar em um filme e em uma hq, sendo tão banal quanto, de fato, o é. A imaturidade sentimental de Enid versus a solidão auto-depreciativa de Seymour são elementos que qualquer um menos sensível do que Clowes levaria a um final feliz. Por sorte, ainda existem bons autores nesse mundo. Não que a história não pudesse ter um final feliz; nesse caso, isso significaria que Enid se tornou, em tempo recorde, a mulher madura que ela ainda não é, e boas surpresas não são o ponto alto de Ghostworld. Ainda mais quando a redenção de Enid significa, em parte, abandonar a cidade de sua infância, sua high school, e sua grande amiga Rebecca, em busca de um mundo que não cabe nas suas piadinhas sarcásticas. Dói sim ver Seymour, amadurecido até demais, abandonado à solidão de seus lps 78 rotações e fitas k7 com episódios de O Gordo e o Magro, mas, enfim, essa é vida, e nem sempre a gente acaba com a garota bonita no final.

Magela às vezes acusa Bruno de querer tornar sua vida interessante como uma história em quadrinhos. Seymour era um cara bastante legal, e não apenas porque, no filme, é interpretado pelo übersexy Mr. Pink. É um colecionador, sim, com aquelas manias feias de quem vive há muito tempo na companhia dos homens, mas não é nem de longe o freak que Enid e Rebecca prontamente rotulam em seu primeiro "encontro". Com o tempo ele vira o herói do diário rabiscado de Enid, e com razão, pois Seymour, mais do que ninguém, merece ser um herói. Bem, falando assim até parece que recomendo os Seymours disponíveis no mercado para todas minhas amigas solteiras, mas fato é que esse tipo de homem não é, ao meu ver, de se jogar fora. Até porque eu convivo muito bem, obrigada, com um desses.

Bruno adora se pintar como um urso de vida social restrita, e isso é engraçado, pois ele é uma das pessoas mais amorosas que já conheço. Seymour também se vê como um homem das cavernas incurável, um poço sem fundo de frustrações, mas basta observá-lo mais de perto que essa máscara auto-depreciativa prontamente cai. O que se vê é o esboço da história de amor mais bonita que Seymour e Enid nunca poderiam ter vivido, porque no fundo não quiseram o suficiente para tanto. E, querer, nesse caso, significaria chamar Enid da mulher que ela ainda não é.

Fora isso, tem a história de Enid com Rebecca. Lá pelas tantas, Bruno me perguntou como é possível perder amizades como essa. Era uma pergunta retórica.

O videoclipe é de Anthems for a Seventeen-year old Girl, faixa 7 do You Forgot it in People, disco de 2002 do Broken Social Scene que ouvi pela primeira vez quando tinha efetivamente dezessete anos, e que, portanto, me impactou de um jeito muito parecido com que Ghostworld impacta sua plateia de 2009.


por Amanda Meirinho, em 18.3.09 |




5 comentário(s)
Blogger Ubriaco disse…

a tora birch é um palito? em que galáxia?
tora birch=kate winslet

20 de março de 2009 às 10:45  


Blogger Amanda Meirinho disse…

A TORA BIRCH GANHOU DEZ QUILOS PRA FAZER GHOSTWORLD e mesmo assim, se gordinha feia é aquilo, eu quero viver nesse mundo.

20 de março de 2009 às 11:37  


Blogger Piano Black disse…

Que fique claro que quando eu disse que ela era um "palito com peitos" quis dizer que ela, se não fossem os seios, seria mais reta que a ponte Rio-Niterói. Aonde a Amanda viu bunda naquela criatura segue um mistério, mas uma coisa tenho que dizer: Personagem nojentinha? Caguei. Ela tá bem mais comível no Ghostworld do que no Beleza Americana, ponto. Ela totalmente me tirou a atenção da Scarlett Johansson, e isso, acreditem, não é mole.

22 de março de 2009 às 23:17  


Blogger Ubriaco disse…

sou mais a penélope cruz.

19 de abril de 2009 às 20:22  


Anonymous Anônimo disse…

Lá vem o Robson com suas anoréxicas...


Jeane

27 de abril de 2009 às 08:22  


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